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Tragedia em Pernambuco


Quase 50 cidades pernambucanas sofrem consequências das chuvas




Atualizada às 18h40
As chuvas em Pernambuco continuam a causar estragos. De acordo com a Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe) 49 cidades foram atingidas por enchentes. Palmares é a cidade em estado mais calamitoso, de acordo com sobrevoo realizado na manhã deste sábado. Até agora, foram contabilizadas 12.638 pessoas desabrigadas e outras 7.991 desalojadas. Dez pessoas morreram.
Vinte e dois municípios decretaram situação de emergência - Limoeiro, Palmeirina, Ribeirão, São Banedito do Sul, Vicência, Água Preta, Barra de Guabiraba, Cortês e Vitória são alguns deles. Já os municípios de Joaquim Nabuco, Pombos e Quipapá decretaram Estado de Calamidade Pública.
Neste sábado, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, acompanhou os ministros da Integração Nacional, João Santana, e das Cidades, Márcio Fortes, num sobrevôo pela Zona da Mata, área mais afetadas pelos temporais. No encontro, Campos solicitou à União R$50 milhões para ajudar na reconstrução dos municípios atingidos.
Até o momento, o governo estadual liberou R$ 2,5 milhões para a Codecipe e o Corpo de Bombeiros realizarem as operações especiais de atendimento à população. Neste domingo, o governador se reunir com seu secretariado ainda pela manhã para avaliar a situação e possivelmente liberar mais verbas estaduais para ajudar as cidades atingidas.
Ilhadas, as vítimas das enchentes fazem relatos dramáticos. O repórter Eric Moura, do site Girope, passou cerca de 18 horas ilhado em uma policlínica Palmares, no centro da cidade. “Ficamos, eu, médicos e funcionários, no primeiro andar do imóvel. No térreo, a água chegou a atingir quase dois metros”, contou. O grupo só conseguiu sair da policlínica quando foi resgatados por um helicóptero do Corpo de Bombeiros. Segundo Eric, o centro e os bairros Cohab I, Pedreiras e Santa Rosa ainda estão alagados. “Não está mais chovendo na cidade e o rio Una baixou 1,20m em relação a ontem. Em alguns pontos, o rio chegou a subir 13 metros”, disse.

Como muitas pessoas ficaram isoladas pela água em Palmares, o Corpo de Bombeiros transferiu seu comando para a cidade e cem homens estão atuando no local. Três helicópteros auxiliam no resgate aéreo de moradores que ficaram ilhados, além de botes. “A preocupaçãomaior agora é com Barreiros, que vai receber a correnteza do rio Una”, comenta o repórter.

Verba - De acordo com a assessoria de imprensa do Palácio do Governo,o governador Eduardo Campos fez a solicitação formal de R$ 50 milhões aos ministros para a realização de obras emergenciais, reconstrução de estradas e pontes destruídas pelo temporal.O governador está confiante de que a quantia vai ser liberada, mas ainda não há previsão de quando.

Hoje pela manhã, em Palmares, o governador voltou a afirmar que o estado vai disponibilizar os recursos necessários para o atendimento à situação de emergência. Até o momento o governo liberou R$ 2,5 milhões para a Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe) e o Corpo de Bombeiros realizarem as operações especiais de atendimento à população.
Ipojuca - Até às 15h deste sábado, as equipes de defesa civil da Prefeitura de Ipojuca contabilizaram um total de 1,2 mil desabrigados e desalojados. Segundo a prefeitura, a Bacia do Ipojuca transbordou além das expectativas previstas a partir dos históricos das últimas enchentes. Cerca de 70 pessoas estão atuando nas operações de socorro sob a coordenação da Defesa Civil municipal.
A PE-60, que passa pela principal entrada de Ipojuca, foi cortada pelas correntezas, o que impediu até este sábado a passagem das equipes técnicas em direção aos distritos de Camela, Nossa Senhora do Ó, Porto de Galinhas e Serrambí. A rodovia turística PE-38, que liga a PE-60 a Porto de Galinhas, teve um trecho inundado na altura das terras do engenho Cachito, deixando isoladas as pessoas que pretendiam regressar ao Recife e também impedindo o trânsito de ônibus de turismo. Há também uma operação emergencial para aplicar vacinas contra tetano e contra difteria.
Barreiros - A prefeitura decretou estado de calamidade pública. Na cidade houve o desabamento de diversas casas e grande parte dos bairros está sem energia elétrica. A ponte próxima ao hospital da cidade foi destruída pelas águas do rio Una e há relatos de desaparecidos.
De acordo com a prefeitura, o município está com 95% de sua área alagada. Ainda não há informações oficiais sobre mortos em Barreiros por conta da enchente. A prefeitura teria acionado o Governo do Estado, que teria disponibilizado 60 homens do Corpo de Bombeiros e um helicóptero para participar do resgate das vítimas.
Palmares - É considerado o município mais atingido pelas chuvas em Pernambuco. Duas pontes foram destruídas e alguns bairros ainda estão alagados, como a Cohab I e o centro da cidade. Muitas pessoas ficaram ilhadas e foram resgatadas por helicópteros do Corpo de Bombeiros, que mandou um reforço de cem homens para o município.
Sem energia - A Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) emitiu um alerta no início da noite deste sábado para a grave situação enfrantada por diversos municípios pernambucanos em decorrência das fortes chuvas. Segundo a empresa, as intensas precipitações pluviométricas provocaram interrupções no fornecimento de energia elétrica no Litoral, Zona da Mata e Agreste de Pernambuco.
Na nota, a concessionária esclarece que a dificuldade de acesso às áreas consideradas críticas tem comprometido os trabalhos das equipes de prontidão que atuam no restabelecimento do serviço. Na Zona da Mata Sul, técnicos da Celpe sobrevoaram a área e constataram os estragos provocados na rede de distribuição de energia. Na região, inundações derrubaram pontes e interditaram estradas, impossibilitando os trabalhos de substituição de postes e recomposição da rede danificada.
Cidades como Jaqueira, Lagoa dos Gatos, Maraial, Catende, Barra de Guabiraba, Barreiros, Palmares e Belém de Maria tiveram o suprimento de energia interrompido na noite da última sexta-feira. Nessas localidades, rios transbordaram e a força da correnteza derrubou postes, deixando os fios submersos. Em alguns municípios, houve desligamentos emergenciais por solicitação do Corpo de Bombeiros e prefeituras. A Celpe informa que regularizou o fornecimento em diversas áreas e aguarda a diminuição do nível das águas para atuar de forma efetiva nos demais locais afetados.
Na Região Metropolitana do Recife, o número de ocorrências permanece acima da média para dias de chuva. No comunicado, a companhia reitera que não está medindo esforços para normalizar o fornecimento de energia.

Públicado por:
Da Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR


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